casa l23

guimarães, habitação, swimming pool, residencial, portugal

O terreno da casa está orientado a Poente. No limite Nascente, onde se situa a estrada municipal que lhe dá acesso, apresenta uma topografia acidentada, devido à existência de um talude. Para lá do talude, o terreno desenvolve-se com pendente ligeira e constante, no sentido longitudinal; espécie de promontório sobre a cidade.

O edifício encontra-se delimitado a Nascente por um muro de betão que irrompe do terreno e sustenta as terras mais altas – à cota da entrada no lote. Por trás do muro de betão, vencendo as diferentes cotas do terreno, desenha-se um percurso em declive, de acesso pedonal e automóvel, até a uma primeira plataforma de terreno, onde acontece a chegada à habitação.

 

Dado o acentuado desnível existente entre a cota da rua (271.70) e a cota média da principal plataforma do terreno (266.70), a entrada da casa acontece necessariamente ao nível do piso 1, onde é maior a proximidade e a facilidade de acesso. Assim, esta nova plataforma recebe o visitante num amplo espaço exterior pavimentado, delimitado a Norte/Poente por um volume suspenso, que contribui de forma decisiva para a caracterização volumétrica do edifício. Este volume, dispõem-se de forma transversal relativamente ao lote, apoiando-se de um e de outro lado sobre dois volumes. Para além de caracterizar o espaço de chegada, ele hierarquiza a construção, estabelecendo ligações importantes entre os espaços que constituem o edifício.

Desde a área de chegada e sob o volume suspenso, antevemos uma sucessão de espaços exteriores, ajardinados, até à principal plataforma do terreno, onde se desenha um pátio entre os dois volumes.

Em termos programáticos ao nível do piso 1, encontra-se a entrada principal da habitação, constituída pelo átrio de entrada com a escada de ligação entre os dois pisos da habitação. É a partir do átrio que se distribuem para um e outro lado, os espaços de uso privado (quartos); e espaços de uso comum (sala e ginásio).

Os quartos organizam-se numa sucessão de espaços, abertos para uma varanda que se debruça sobre o pátio. No volume suspenso encontra-se um amplo espaço de uso comum, onde se dispõem diferentes zonas de estar (trabalho, estudo, leitura, lazer…), e que inclui ainda um pequeno ginásio com ligação à piscina interior no piso zero. Pela sua orientação estes espaços, privilegiam a relação visual com a paisagem mais distante, ao mesmo tempo que desfrutam do ambiente criado no pátio inferior.

No piso térreo distribui-se o programa da habitação pelos dois volumes: o da piscina e balneários; e o outro onde se situam as áreas sociais e áreas de serviço. O pátio, funciona como prolongamento exterior do espaço das salas.

No que respeita aos materiais utilizados, o betão aparente pigmentado define o volume estrutural. Como material de revestimento de alguns panos de fachada elegeu-se o zinco antracite.
Nos pavimentos exteriores que se destinam ao acesso automóvel, optou-se pelo cubo de basalto; já nos percursos pedonais ou espaços de estar, predominam os estrados de madeira, como prolongamento dos pavimentos interiores. As esquadrias exteriores são em alumínio de cor preta.

A cobertura tem um peso significativo na imagem desta habitação, já que ela é totalmente visível a partir da entrada do lote. Por esta razão (mas não só), optou-se por uma cobertura com acabamento em betão poroso, com o objectivo de criar uma superfície drenante, totalmente uniforme. De alguma forma é ela própria, a cobertura, que nos ajuda a compreender a volumetria do edifício, que vamos descobrindo à medida que avançamos no terreno.

localização
Guimarães, Portugal

data
2007-2011

área
612m2

 

colaboradores
Marlene Sousa

fotografia
José Campos Photography

fundações e estruturas
Francisco Bernardo

instalações hidráulicas
Francisco Bernardo

instalações mecânicas
Coelho Lima Engenharia

instalações eléctricas
Feris