quinta da laje

residencial, portugal

Este é um projecto de recuperação e ampliação de uma habitação unifamiliar, cujo início do projecto remonta a 2004, tendo-se prolongado a construção até 2012. Trata-se de uma propriedade constituída por uma vasta área de terreno em ambiente rural, caracterizado por uma grande diversidade de elementos naturais.

Do conjunto edificado existente no local, faziam parte dois volumes: a poente e praticamente destruído, um anexo que serviria a actividade agrícola; a nascente, a habitação adossada às construções vizinhas.

Importa referir, relativamente ao volume da habitação, que parece resultar de sucessivas ampliações, que se foram “encostando” à anterior. Ainda assim, é fruto deste tipo de desenvolvimento, bem como das construções tradicionais, uma implantação perfeitamente integrada no lugar, considerando as condicionantes topográficas e morfológicas do mesmo.

Um pequeno pátio estabelece a transição entre as diferentes plataformas de terreno onde se implantam os dois volumes. O pátio em declive resulta num espaço pouco estável, perturbado pela existência de alguns elementos rochosos, mas que consegue resolver a diferença de cotas que se verifica no lugar.

Perante o ambiente descrito, o conceito do projecto visou recuperar o lugar do pátio, dada a posição que ele ocupa na tradição das construções rurais e mais especificamente no conjunto em causa. A proposta consiste na recuperação de uma das construções existentes, a habitação, por ser esta que determina, de uma forma mais ou menos consistente, a fronteira entre o espaço público e privado.

Mais do que conservar as marcas do passado, pretende-se conservar o carácter do pátio, que entre estes dois volumes encontra um espaço reservado e protegido do exterior.

A resolução programática do projecto exigia que se considerasse um elemento de ligação entre as duas construções. Este elemento consolida o conceito do projecto, clarificando o carácter espacial, dentro e fora da habitação.

O volume que corresponde à ampliação traduz-se numa caixa de madeira “sangue de boi”, que se solta do terreno e do tempo original.

localização
Felgueiras, Portugal

data
2004/2006

conclusão da obra
2012

área
550m2

 

colaboradores
Marlene Sousa
Hélio Pinto Alves

fotografia
PitagorasGroup