sede do comité olímpico de moçambique

moçambique, maputo, serviços

Trata-se de um edifício com cerca de 30.000m2 de construção, de uso misto, habitação colectiva, comércio, serviços e estacionamento em cave, sendo que, a habitação corresponde a mais de 90% da utilização global do edifício acima da cota de soleira.

O projecto configura uma operação com características singulares, dado que, neste edifício, ficará instalada a futura sede do Comité Olímpico de Moçambique.

Esta sede, que constitui uma antiga aspiração do Comité, implicaria que todo o edifício fosse desenhado a partir dessa premissa, dado o significado institucional e a importância desta organização no contexto da sociedade moçambicana.

 

O lote onde se implanta a construção tem cerca de 3.500m2 de área e situa-se numa rua de perfil médio, no contexto da cidade de Maputo, com uma cortina de árvores de alinhamento que definem acentuadamente o perfil da via, onde pontificam vários tipos de construções, de diferentes volumetrias, na sua maioria destinadas à habitação. Percebe-se actualmente, uma tendência para a uma transformação da ocupação dos seus lotes, com a edificação de alguns edifícios de maior porte, fruto do natural desenvolvimento da cidade de Maputo. Sobre esta circunstância, diríamos que a estrutura da cidade, com um desenho único e de uma enorme qualidade, permitirá absorver as transformações que agora se anunciam, sem perder o seu carácter e imagem identificativa, dependendo, contudo, da qualidade e do desenho dos edifícios.

Pareceu-nos fundamental, conseguir um edifício com um desenho e imagem contemporâneas, em que se pudesse perceber a existência de uma instituição como o COM, com identidade própria, sem se diluir no conjunto do empreendimento. Como prioridade, pensamos que o edifício deveria assumir uma linguagem, escala e carácter eminentemente institucional, e portanto, único e claramente identificável.

O este propósito, o volume das habitações, que recua do limite do lote em 20 metros, assentará sobre um segundo, com apenas dois pisos, e que avança cerca de 13 metros até à rua. Desta forma, será percepcionado como um embasamento que assume um carácter autónomo, funcional e volumetricamente, embora sendo um elemento fundamental do conjunto do edifício. A sua envolvente será extremamente transparente, a nascente e poente, fazendo-se o acesso à sede através de um grande espaço coberto sob o volume superior das habitações.

A imagem da cidade de Maputo fica associada de forma marcante, aos elementos decorativos de ensombramento, característicos de varandas e caixas de escadas, que compõem muitos dos excelentes edifícios construídos nas décadas de 60 e 70 do século passado.

Procuramos utilizar esta referência, embora transportada para a escala global do edifício e não somente localizada em alguns elementos. Assim, o volume superior dos apartamentos, todo envolvido por varandas, que para além do seu propósito meramente funcional criam uma cortina de ensombramento, fundamental para a qualidade de vida nas habitações, será envolvido com uma espécie de malha de elementos de betão que, acentuarão aquela característica, criando um efeito de conjunto vibrante, com um movimento permanente na imagem que se terá do edifício, de acordo com os diferentes pontos de vista e, também, com a variação da luz e sombra ao longo do dia.

 

Os acessos aos vários sectores do edifício, serão feitos através de um grande espaço coberto com uma escala que estará de acordo com a dimensão do edifício. Procurou-se que as circulações internas e externas se pautassem pela máxima clareza e correspondessem também aos princípios de simplicidade compositiva que dão forma todo o projecto.

A construção dispõe de duas caves, com estacionamento suficiente para as necessidades do edifício e para corresponder às exigências regulamentares. No piso superior desenhou-se um espaço de lazer, com um ginásio, uma sala de festas, balneários, sauna e um amplo espaço exterior com uma piscina.

localização
Maputo, Mozambique

data
2012

área
30 000m2

colaboradores
João Couto
André Malheiro
João Andias Carvalho
Isabel Meira Rodrigues
Luis Guimarães
Hélio Pinto Alves

fundações e estruturas
Projegui

instalações hidráulicas
Projegui

instalações mecânicas
Layout

instalações eléctricas
Layout

segurança contra incêndios
Layout

fiscalização
Gonçalo Fernandes
Tiago Costa
Rui Romero

constructor
Consórcio Lucios Moçambique / ACSA
Jorge Encarnação